quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Resenha do livro Tristão e Isolda

Livro: Tristão e Isolda

Autor:Anônimo

ISBN: 9788572326346

Tradutor: Fernandel Abrantes

Páginas:144

Editora: Martin Claret


Coleção: A Obra Prima de cada autor

 A lenda de Tristão e Isolda é da época medieval e tem origem céltica. Trata-se de uma das mais belas histórias de amor já conhecida. As primeiras versões foram escritas no século X. Os trovadores anglo-normandos de língua francesa e a rainha Leonor de Aquitânia contribuíram para a sua difusão na Europa. O texto original foi reconstituído através das versões mais antigas. A história foi incluída nas lendas arturianas (Rei Artur) e voltou a ter grande destaque entre os poetas europeus do século XIX.

O primeiro capítulo do livro traz a infância de Tristão, que era filho de um rei chamado Rivalen. Rivalen era amigo do rei Marcos da Cornualha. A Cornualha era uma terra disputada por muitos e o perigo da guerra era iminente. Em prova da amizade, o Rei Marcos ofereceu a mão de sua irmã, Brancaflor a Rivalen. Eles se casaram e logo Brancaflor ficou grávida. 

Um dos inimigos do Rei Marcos era o Duque Morgan, que passou a atacar cidades e castelos, ameaçando o reino da Cornualha. Rivalen então volta para a guerra e acaba morrendo, sem conhecer seu filho. Brancaflor quase morre também ao saber da perda do marido. Ao filho que nasceu, deu o nome de Tristão, pois este nasceu em meio a tristeza. E ela também falece dias depois.

Tristão passa a ser criado por homens de bem, que pertenciam ao reino de seu pai. Rohald, conhecido por Defensor da Fé, criou Tristão como um filho. Ele cresceu e tornou-se um jovem leal, forte e corajoso. Até que um dia, andando pelas terras, encontrou um caçador. Este matara um cervo, mas estava com dificuldades em cortar a carne. Tristão que era um bom caçador, cortou a carne em pedaços e ajudou a conservá-la. Este caçador era servo do Rei Marcos, ele convida Tristão para ir até o Rei. Tristão ao conhecer o Rei e contar a sua história, descobre que Marcos é seu tio. Passa então a servi-lo e a honrá-lo. Marcos fica encantado com o sobrinho.

Certa vez, a pedido do tio, Tristão viaja até a Irlanda em busca de Isolda, a Loura, para então desposá-la e tornar-se a rainha da Cornualha. A mãe de Isolda era uma mulher conhecedora de ervas e poções. Confiou a acompanhante da filha, uma jovem chamada Brangien, um frasco com uma espécie de poção do amor. Era para Isolda e Marcos tomarem no dia do casamento. Mas durante o caminho, por uma infelicidade (ou felicidade?) do destino, Tristão e a princesa é quem tomam a poção mágica. Imediatamente nasce um sentimento poderoso entre os dois, que desperta um intenso, imediato e eterno amor. 

Isolda se casa com o Rei Marcos, mas ama perdidamente Tristão, que também não consegue ficar longe dela. Grande parte da história é essa luta para esconder o romance impossível entre eles. Muitos invejosos do Reino começam a desconfiar do romance e envenenam a cabeça do Rei Marcos. Este custa a perceber a traição.Até que finalmente são descobertos. Para evitarem a fúria do rei e a morte, Tristão e Isolda fogem, ficando foragidos por um tempo. Até que Tristão resolve voltar e devolver Isolda ao Rei, pedindo clemência por ambos. Marcos que ama muito a esposa e o sobrinho, aceita Isolda novamente mas exila Tristão. Este parte para as terras da Bretanha. Ele até se casa com outra mulher, mas seu coração pertence a Isolda. 

Ao lutar com um inimigo, Tristão é ferido por uma espada envenenada, então adoece. E assim ele quer ver Isolda mais uma vez. Combina então com um vassalo, seu braço direito, que vá até a Cornualha trazer a amada. Pediu que ele fosse em seu barco, e que levasse duas velas, uma branca e outra negra. Se retornasse com Isolda, que içasse a vela branca, caso não tivesse sucesso içasse a vela preta. A esposa de Tristão ouve toda a conversa atrás da porta e fica cega de ciúmes, prometendo se vingar. O vassalo vai até a Cornualha como prometido e consegue convencer Isolda a ver Tristão. Ao chegar ao mar da Bretanha, a esposa mente para o marido, dizendo que o barco está com a vela preta içada. Tristão então acredita que Isolda não veio e morre. Ao ver o amado morto, Isolda também morre, pois ela beija seus lábios envenenados. 

"Mas durante a noite, do túmulo de Tristão desabrochou um espinheiro verde e enfolhado, de fortes ramos, de flores odorantes, que se elevando sobre a capela penetrava no túmulo de Isolda. Sobre a tumba de Tristão e Isolda nascem dois arbustos, cujos galhos entrelaçados, não podem ser separados."



Trata-se de um romance do amor cortês, pois há vários obstáculos e provações durante a história. O principal tema do romance proibido é a problemática da morte. Já que em vida as coisas não podem dar certo por causa da proibição, então a saída, é a concretização deste amor após a morte. Mortos, os personagens Tristão e Isolda são sepultados juntos e segundo a lenda, uma árvore entrelaça os túmulos. É como se fosse uma espécie de metáfora, indicando que o amor deles vencera.

Minha nota:

Curiosidades:

  • Existe uma ópera em três atos chamada Tristan und Isolde, composta entre 1857 e 1859 pelo alemão Richard Wagner. A ópera, que retrata os personagens como heróis românticos, foi baseada na obra de Gottfried von Strassburg (c. 1210) sobre a lenda.

  • O mito chegou cedo ao cinema. Já em 1909 estreou o filme francês mudo Tristan et Yseult. Em 1948, Jean Delannoy dirigiu O Eterno Retorno, uma adaptação do mito aos tempos modernos, com Madeleine Sologne e Jean Marais nos papéis principais. Em 2006 chegou aos cinemas uma nova versão, Tristan & Isolde, produzida por Ridley Scott, estrelada por James Franco e Sophia Myles.


  • O mito de Tristão e Isolda também aparece na coleção "As Crônicas de Artur" do escritor inglês Bernard Cornwell, em seu segundo volume "O Inimigo de Deus". Nesta versão, Tristão, filho de Rei Mark de Kernow, conhece Isolda, filha do Rei Irlandês Oengus Mac Airem, que está prometida ao seu pai, porém ambos se apaixonam, rebelam-se contra o reino, e são posteriormente executados.

  • E, em Brumas de Avalon, a autora Marion Bradley, no quarto livro da série, refere-se a Tristão e Isolda quando Uwaine (enteado de Morgana vai visitá-la em Gales do Norte e lhe fala sobre as notícias do reino e ele fala com certo horror sobre a traição de Isolda ao rei Marc, que é conhecida como a prostituta), e que Tristão (Drustan) teria partido para um exílio na Bretanha. Que por sinal é quando Bédier narra que Tristão foge para Bretanha sofrendo a dor profunda de seu amor e por amizade e lealdade a um companheiro de guerra (que lá conhece, de nome Kaherdin) se casa com a irmã dele, Isolda das Brancas Mãos.

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