quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Maratona Oscar 2017 - Até o último homem

Filme: Até o último homem

Direção: Mel Gibson

Gênero: Guerra, Drama, Biográfico

Data de lançamento no Brasil: 26 de Janeiro de 2017

Indicado ao Oscar em 6 categorias

Elenco: Andrew Garfield; Teresa Palmer; Sam Worthington; Vince Vaughn; Hugo Weaving; Luke Bracey. 




Eu estava muito receosa em ver este filme. Mais precisamente com o Mel Gibson. Ok, confesso que com o Andrew Garfield também. Mas como adoro filmes com a temática de guerras, resolvi fazer esse esforço. E que bom que eu fui.

Desde que vi a dez anos atrás o tal do Apocalypto... Meu Deus. Filmes ruins marcam tanto ou mais do que os bons. Enfim, desde Apocalypto fiquei com a sensação de que o Mel Gibson perdeu o jeito para dirigir filmes. Que bom que eu quebrei a cara! O que vi nas duas horas seguintes foi uma belíssima e forte produção de guerra, com cenas impactantes, tristes, corpos despedaçados e sangue jorrando, mas que não foram gratuitos e nem levianamente mostrados. Ao contrário. Gibson traz novamente seu ótimo feeling para produzir e encenar batalhas (saudades de Coração Valente), com sequencias impecáveis. Há também momentos de respiro e delicadezas. A força da fé e da esperança também ficam explícitas, que ajudam a compor o protagonista.

Que bom que quebrei a cara parte dois. O que dizer da interpretação de Andrew Garfield? Retiro tudo o que eu disse de ruim contra ele. Como boa nerd, "perdi o sossego" quando o vi interpretando O Espetacular Homem Aranha (que de espetacular não tem nada). Naquela época nada adiantou, pois o Tobey Maguire ainda estava no meu 💓 como eterno Homem Aranha.

Voltando ao Garfield, ele interpretou a verdadeira história de Desmond Doss, um jovem religioso que se alista para a Segunda Guerra Mundial com a missão de salvar vidas. Seu desejo é servir como médico, e por isso sua única exigência é não tocar e nem usar uma arma de fogo. Como isso é possível? O filme então "passeia" por esse paradoxo, onde um pacifista consegue cumprir seus propósitos em meio a guerra. Desmond possui uma uma doçura quase palpável, chegando a ser ingênuo em alguns momentos. Me fez lembrar do personagem Forrest Gump, do Tom Hanks. Destaque para seus momentos de resiliência durante o treinamento e por suas cenas com o pai, mostrando uma relação conturbada. Quem interpreta o pai de Desmond é o sempre ótimo Hugo Weaning.

Baseado em fatos reais, o verdadeiro Desmond Doss foi condecorado herói de guerra por salvar cerca de 75 homens após um confronto com japoneses na Cordilheira de Hacksaw, em Okinawa. O enredo mostra bem em como a crença e as idéias de Desmond entraram em conflito com as rígidas leis do exército. Surpreendentemente, Doss volta da guerra são e salvo e sem matar nenhum inimigo. Nas últimas cenas, são mostradas fotos reais e um trecho de uma entrevista com Desmond, que faleceu em 2006 aos 86 anos.

Particularmente, achei que foi um filme de homens na guerra e não um filme só para retratar uma guerra. Só não gostei de ver  repetições de clichês do gênero. Tem sempre um sargento babaca e tirano (Vince Vaughn) humilhando os soldados e sempre há o bad boy linha dura (Luke Bracey) que quer ferrar o bonzinho. Tirando isso, gostei bastante do que vi. Estou feliz por ter feito as pazes com Mel Gibson. Não é o seu melhor filme, mas ele parece ter voltado ao bom caminho. E Andrew, vou te ver de novo em Silence, ok?

Direção: ⭐⭐⭐⭐

Fotografia: ⭐⭐⭐⭐⭐

Elenco: ⭐⭐⭐⭐

Trilha sonora: ⭐⭐⭐

Minha nota: 8




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