Editora: Ática
Coleção: Bom Livro
ISBN: 9788508154210
Número de Páginas: 168
Temas: clássico da literatura brasileira, Romance
A Moreninha foi considerado o primeiro romance do
Romantismo Brasileiro. Conta a história de amor entre Augusto e Carolina, que
traz a idealização do amor puro, que nasce na infância e que permanece com o
tempo. Tudo começa quando os amigosAugusto, Leopoldo, Fabrício e Felipe fazem
uma aposta. Augusto é o mais “namorador” do grupo, ele mesmo se declara
inconstante e incapaz de amar uma mulher por mais de três dias. O trato então proposto por Felipe é de levar
os amigos para passarem o feriado de Sant’ana na casa de sua avó, na ilha de
Paquetá. E a missão de Augusto é de que se voltasse da ilha sem ter se
apaixonado verdadeiramente por uma das garotas, Filipe escreveria um romance.
Caso se apaixonasse, Augusto é quem deveria escrevê-lo.
Antes da viagem, Fabrício envia uma carta para Augusto,
onde conta sobre o seu namoro com Joaninha, que não está indo muito bem. É uma
garota exigente, quer receber quatro cartas por semana, quer que Fabrício use
um lenço da mesma cor da fita presa a seus cabelos, entre outros absurdos. Fabrício
pede então a ajuda a Augusto para “se livrar” do namoro.
Ao chegar à ilha, Augusto é apresentado a Dona Ana, avó
de Felipe, Carolina sua irmã (a moreninha) e suas primas Joana (Joaninha) e
Joaquina (Quinquina). Fabrício então pergunta a Augusto se ele vai ajudá-lo a
terminar o namoro e este o recusa, causando a ira do colega. Logo após a
discussão, Felipe os convida para o jantar. Na mesa, após todos terem se
servido, Fabrício começa a criticar Augusto, acusando-o de ser volúvel no amor.
Na tentativa de se defender, Augusto agrava mais ainda sua situação perante
todos. Ele acaba ficando isolado pelas moças, apenas a anfitriã Dona Ana
aceitou passear com ele.
Durante o passeio pela Ilha, Augusto revela a Dona Ana
que sua inconstância no amor se deve com as desilusões amorosas que já viveu e
conta um episódio interessante que aconteceu em sua infância. Em uma viagem com
a família para a praia, ele conheceu uma menina com quem brincara e se
apaixonou. Juntos ajudaram um homem que estava prestes a morrer e como forma de
agradecimento ele entregou um breve (espécie de escapulário de tecido) para
ambos. O breve de Augusto continha um botão de esmeralda da menina e o dela
tinha um camafeu de Augusto. O homem ainda profetizou que eles iriam se casar.
E essa é a única lembrança que ele tem da menina, pois nem o seu nome ele sabia
e nunca mais a viu.
Na noite do sarau Carolina estava muito bonita, com um
vestido que mostrava parte de suas pernas. Todos queriam dançar com ela, que só
dançou com Augusto. Ele por sua vez dançou com todas as moças e jurou-lhes amor
eterno, inclusive para a Moreninha. No fim da festa Augusto encontrou um
bilhete que estava em seu paletó, dizendo para ir à gruta no horário
marcado e logo após encontrou outro no qual dizia que aquilo era uma armadilha.
Augusto foi até a
gruta no horário marcado e encontrou as quatro jovens e antes que elas pudessem
falar, foram surpreendidas pelo rapaz que contou cada uma das fofocas que
ouvira da boca delas. As moças ficaram revoltadas e depois de irem embora,
Augusto foi surpreendido pela Moreninha que começou a contar a conversa dele
com Dona Ana. Mas primeiro ela tomou um copo da fonte e foi por este motivo que
Augusto ficou mais impressionado, pois se lembrou da lenda da fonte encantada,
e logo depois do susto, declarou-se a ela.
O fim
de semana termina e os jovens retornam para os estudos. Augusto não se
cansava de contar sobre Carolina para Leopoldo, que sempre dizia que aquilo era
amor. Os rapazes acharam conveniente então que Augusto voltasse à ilha para
visitar a Moreninha. O pai de Augusto, vendo que as visitas a moça
se tornaram constantes e achando que isso estava atrapalhando seus estudos,
proíbe o filho de visitar Carolina. Depois de um tempo distantes, Augusto volta
a Ilha para se declarar. Mas ela o repreende por estar quebrando a promessa
feita a uma garotinha há anos atrás. Augusto fica confuso e preocupado, até que
Carolina mostra o seu camafeu. O mistério então é desfeito, Carolina é a
garotinha que ele conheceu na praia e por quem se apaixonara. Para pagar a
aposta, Augusto escreve o livro A Moreninha.
Minha Opinião:
Esse livro foi lido por muitas pessoas, então a
identificação é muito grande, que acredito ser em parte do próprio movimento romântico,
que traz o amor com final feliz, e o sonho da mulher idealizada. Por outro lado
acredito que parte de seu sucesso se deve também pelo autor, que trouxe elementos da cidade e do campo tipicamente
brasileiros, e com isso fugiu dos modelos portugueses que eram comuns à época. Achei o livro encantador, saber um pouco dos
costumes da época, como era a paquera, tudo “casou” perfeitamente. Chamo a
atenção também para a lenda da índia Ahy, que espera incansavelmente por seu
amado Aoitin, contada por Dona Ana á Augusto. É uma linda história. Tem também
uma narrativa simples e ágil, além de resgatar sentimentos como fidelidade,
honra e amor. Sentimentos esses que estão cada vez mais em desuso, não é mesmo?
Minha nota: ❤❤❤❤❤
Curiosidades:
A obra de Joaquim Manuel de Macedo mostra os
costumes e a organização da sociedade que se formava no século XIX no Rio de
Janeiro: os estudantes de medicina, os bailes, a tradição da festa de Sant’Ana
, o flerte das moças etc. Também está presente a cultura nacional, através da
lenda da gruta, em que o choro de uma moça que se apaixonou por um índio
e não foi correspondida se transforma na fonte que corre na gruta.
O romance A Moreninha é
considerado o primeiro romance romântico brasileiro. Apresenta uma linguagem
simples, um enredo que prende o leitor com algum suspense e um final feliz
típico dessa fase do movimento do Romantismo. A obra remonta o cenário da alta
sociedade carioca em meados do século XIX. Joaquim Manuel de Macedo ganhou
notoriedade na corte carioca, pois a obra caiu no gosto do público.
A Moreninha já virou telenovela
por duas vezes, à primeira em 1965 e a segunda em 1975, ambas pela Rede Globo.. A primeira versão foi uma das primeiras produções da TV Globo a contar com gravações
externas, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Já a segunda versão foi à primeira novela das seis
produzida em cores. No cinema, Sônia Braga interpretou Carolina
em 1.970.
O Autor:
Joaquim Manuel de Macedo foi um
médico, político, professor, jornalista e romancista brasileiro. É o patrono da
cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras. O livro A Moreninha é o seu
primeiro romance e também o primeiro romance considerado da literatura
brasileira. Fundou poucos anos mais tarde a revista Guanabara, juntamente com
Gonçalves Dias, onde publicava muitos dos seus textos.
O escritor é um dos fundadores
do romantismo brasileiro e foi um importante representante da primeira geração
do movimento. Ligado à família imperial, foi preceptor dos filhos da Princesa
Isabel, além de dar aulas a eles. Deu aulas também de história e geografia no
Colégio Pedro 2º. O escritor foi membro do Instituto Histórico e Geográfico,
atuando até como presidente da instituição. Além de ter atuado como deputado. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 11 de Abril de 1.882.