segunda-feira, 6 de março de 2017

Resenha do livro A Moreninha


Editora: Ática



Coleção: Bom Livro



ISBN: 9788508154210



Número de Páginas: 168


Temas: clássico da literatura brasileira, Romance



A Moreninha foi considerado o primeiro romance do Romantismo Brasileiro. Conta a história de amor entre Augusto e Carolina, que traz a idealização do amor puro, que nasce na infância e que permanece com o tempo. Tudo começa quando os amigosAugusto, Leopoldo, Fabrício e Felipe fazem uma aposta. Augusto é o mais “namorador” do grupo, ele mesmo se declara inconstante e incapaz de amar uma mulher por mais de três dias.  O trato então proposto por Felipe é de levar os amigos para passarem o feriado de Sant’ana na casa de sua avó, na ilha de Paquetá. E a missão de Augusto é de que se voltasse da ilha sem ter se apaixonado verdadeiramente por uma das garotas, Filipe escreveria um romance. Caso se apaixonasse, Augusto é quem deveria escrevê-lo.

Antes da viagem, Fabrício envia uma carta para Augusto, onde conta sobre o seu namoro com Joaninha, que não está indo muito bem. É uma garota exigente, quer receber quatro cartas por semana, quer que Fabrício use um lenço da mesma cor da fita presa a seus cabelos, entre outros absurdos. Fabrício pede então a ajuda a Augusto para “se livrar” do namoro.

Ao chegar à ilha, Augusto é apresentado a Dona Ana, avó de Felipe, Carolina sua irmã (a moreninha) e suas primas Joana (Joaninha) e Joaquina (Quinquina). Fabrício então pergunta a Augusto se ele vai ajudá-lo a terminar o namoro e este o recusa, causando a ira do colega. Logo após a discussão, Felipe os convida para o jantar. Na mesa, após todos terem se servido, Fabrício começa a criticar Augusto, acusando-o de ser volúvel no amor. Na tentativa de se defender, Augusto agrava mais ainda sua situação perante todos. Ele acaba ficando isolado pelas moças, apenas a anfitriã Dona Ana aceitou passear com ele.

Durante o passeio pela Ilha, Augusto revela a Dona Ana que sua inconstância no amor se deve com as desilusões amorosas que já viveu e conta um episódio interessante que aconteceu em sua infância. Em uma viagem com a família para a praia, ele conheceu uma menina com quem brincara e se apaixonou. Juntos ajudaram um homem que estava prestes a morrer e como forma de agradecimento ele entregou um breve (espécie de escapulário de tecido) para ambos. O breve de Augusto continha um botão de esmeralda da menina e o dela tinha um camafeu de Augusto. O homem ainda profetizou que eles iriam se casar. E essa é a única lembrança que ele tem da menina, pois nem o seu nome ele sabia e nunca mais a viu.

Na noite do sarau Carolina estava muito bonita, com um vestido que mostrava parte de suas pernas. Todos queriam dançar com ela, que só dançou com Augusto. Ele por sua vez dançou com todas as moças e jurou-lhes amor eterno, inclusive para a Moreninha. No fim da festa Augusto encontrou um bilhete que estava  em seu paletó, dizendo para ir à gruta no horário marcado e logo após encontrou outro no qual dizia que aquilo era uma armadilha.

Augusto foi até a gruta no horário marcado e encontrou as quatro jovens e antes que elas pudessem falar, foram surpreendidas pelo rapaz que contou cada uma das fofocas que ouvira da boca delas. As moças ficaram revoltadas e depois de irem embora, Augusto foi surpreendido pela Moreninha que começou a contar a conversa dele com Dona Ana. Mas primeiro ela tomou um copo da fonte e foi por este motivo que Augusto ficou mais impressionado, pois se lembrou da lenda da fonte encantada, e logo depois do susto, declarou-se a ela.

O fim de semana termina e os jovens retornam para os estudos. Augusto não se cansava de contar sobre Carolina para Leopoldo, que sempre dizia que aquilo era amor. Os rapazes acharam conveniente então que Augusto voltasse à ilha para visitar a Moreninha. O pai de Augusto, vendo que as visitas a moça se tornaram constantes e achando que isso estava atrapalhando seus estudos, proíbe o filho de visitar Carolina. Depois de um tempo distantes, Augusto volta a Ilha para se declarar. Mas ela o repreende por estar quebrando a promessa feita a uma garotinha há anos atrás. Augusto fica confuso e preocupado, até que Carolina mostra o seu camafeu. O mistério então é desfeito, Carolina é a garotinha que ele conheceu na praia e por quem se apaixonara. Para pagar a aposta, Augusto escreve o livro A Moreninha.

Minha Opinião:

Esse livro foi lido por muitas pessoas, então a identificação é muito grande, que acredito ser em parte do próprio movimento romântico, que traz o amor com final feliz, e o sonho da mulher idealizada. Por outro lado acredito que parte de seu sucesso se deve também pelo autor, que trouxe elementos da cidade e do campo tipicamente brasileiros, e com isso fugiu dos modelos portugueses que eram comuns à época. Achei o livro encantador, saber um pouco dos costumes da época, como era a paquera, tudo “casou” perfeitamente. Chamo a atenção também para a lenda da índia Ahy, que espera incansavelmente por seu amado Aoitin, contada por Dona Ana á Augusto. É uma linda história. Tem também uma narrativa simples e ágil, além de resgatar sentimentos como fidelidade, honra e amor. Sentimentos esses que estão cada vez mais em desuso, não é mesmo?

Minha nota:  ❤❤❤❤❤

 Curiosidades:

A obra de Joaquim Manuel de Macedo mostra os costumes e a organização da sociedade que se formava no século XIX no Rio de Janeiro: os estudantes de medicina, os bailes, a tradição da festa de Sant’Ana , o flerte das moças etc. Também está presente a cultura nacional, através da lenda da gruta, em que  o choro de uma moça que se apaixonou por um índio e não foi correspondida se transforma na fonte que corre na gruta.
O romance A Moreninha é considerado o primeiro romance romântico brasileiro. Apresenta uma linguagem simples, um enredo que prende o leitor com algum suspense e um final feliz típico dessa fase do movimento do Romantismo. A obra remonta o cenário da alta sociedade carioca em meados do século XIX. Joaquim Manuel de Macedo ganhou notoriedade na corte carioca, pois a obra caiu no gosto do público.

A Moreninha já virou telenovela por duas vezes, à primeira em 1965 e a segunda em 1975, ambas pela Rede Globo.. A primeira versão foi uma das primeiras produções da TV Globo a contar com gravações externas, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Já a segunda versão foi à primeira novela das seis produzida em cores. No cinema, Sônia Braga interpretou Carolina em 1.970.



O Autor:


Joaquim Manuel de Macedo foi um médico, político, professor, jornalista e romancista brasileiro. É o patrono da cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras. O livro A Moreninha é o seu primeiro romance e também o primeiro romance considerado da literatura brasileira. Fundou poucos anos mais tarde a revista Guanabara, juntamente com Gonçalves Dias, onde publicava muitos dos seus textos.
O escritor é um dos fundadores do romantismo brasileiro e foi um importante representante da primeira geração do movimento. Ligado à família imperial, foi preceptor dos filhos da Princesa Isabel, além de dar aulas a eles. Deu aulas também de história e geografia no Colégio Pedro 2º. O escritor foi membro do Instituto Histórico e Geográfico, atuando até como presidente da instituição. Além de ter atuado como deputado. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 11 de Abril de 1.882.



sexta-feira, 3 de março de 2017

Resenha do livro A Revolução dos Bichos

Livro: A Revolução dos Bichos

Autor: George Orwell

Páginas: 156

ISBN: 8535909559

Editora: Companhia das Letras


Tradução: Heitor Aquino Ferreira



Publicado em 1945, no início da Segunda Grande Guerra, A Revolução dos Bichos é uma obra de grande importância e popularismo. Em uma época de grande tensão devido à guerra, o mundo se dividia em dois blocos, o socialista e o capitalista. O autor George Orwell era socialista, mas não fechou os olhos para a utopia do movimento. Neste livro ele faz uma reflexão da impossibilidade da igualdade entre os homens, tendo em vista que o homem é um ser mortal, passível de erros e que pode ser corrompido.

A história traz uma série de metáforas que remetem ao período histórico em que a obra foi escrita. Tudo se passa em uma granja, que inicialmente pertence ao Sr. Jones, que é alcoólatra e muito cruel com os animais. Insatisfeitos com a exploração, os animais decidem fazer uma revolução. São liderados pelo porco Major, que ao ter um sonho, conta-o para os seus amigos em uma reunião, onde propõe a Revolução. Major sabia que morreria logo, portanto tratou logo de “semear” suas idéias revolucionárias. Após sua morte, os animais se organizam e expulsam o Sr. Jones da granja. Os porcos passam a liderar, pois são considerados os animais mais inteligentes. Logo o lema da luta passa a ser de que o inimigo é aquele que anda sobre duas pernas. É  fundado o regime do “Animalismo”.Uma série de “mandamentos” são instituídos para todos seguirem.

A história de Orwell é considerada como uma fábula satírica, onde a realidade é retratada com um toque cômico. Quando o Sr. Jones era o dono da granja, explorava o trabalho animal em benefício próprio. Em troca ele “pagava” esses animais com uma alimentação razoável e nem sempre suficiente. É a comparação do sistema capitalista, onde quem mais trabalha menos ganha. Após a revolução, a idéia do porco Major era o de instituir a igualdade entre os seres, portanto o Animalismo se assemelha ao Socialismo, regime que não cultua a propriedade privada, onde todos são iguais e trabalham para o bem comum. No princípio até houve uma democracia, as idéias eram discutidas por todos. Havia dois porcos, Napoleão e Bola de Neve; que se tornaram líderes do movimento. Como já foi dito, os porcos eram os mais inteligentes, foram eles que aprenderam a ler e a escrever.

Com o passar do tempo, as idéias de Bola de Neve passaram a divergir com as de Napoleão. Bola de Neve é considerado mais popular e mais democrático. Já Napoleão é mais autoritário e egoísta. Bola de Neve propõe a construção de um moinho, mas Napoleão é contra. É feita então uma eleição na granja, para escolher um líder. Apesar da maioria ser a favor de Bola de Neve, Napoleão arma um golpe para expulsar Bola de Neve da granja e ser considerado um traidor. Os personagens lembram personalidades históricas; Major tem semelhanças idealistas como Karl Marx, Napoleão é autoritário e ditador, com uma administração corrupta, assemelhando-se a Stálin e por fim Bola de Neve lembra Trótski, rival de Stálin.

Após o exílio de Bola de Neve, o governo de Napoleão torna-se um pesadelo. Os porcos usam a liderança para conseguir cada vez mais benefícios para si mesmos e passam a negligenciar os demais animais. O Animalismo praticamente tornou-se uma ditadura. Os mandamentos do Animalismo são alterados a todo instante, sempre com o intuito de burlar as regras. Com isso, Napoleão estabelece vínculos comerciais com os homens, para acumular riquezas e ter regalias, tudo a custa de seus animais “empregados”. Ele passa a ser escoltado por grandes cães ferozes, que os chama cinicamente de “defensores da Revolução”, para coagir possíveis rebeldes.

A situação torna-se mais crítica quando os homens tentam retomar o poder da granja. Muitos animais morrem durante o confronto. Apesar da vitória dos bichos, a luta traz conseqüências gravíssimas. Napoleão insiste em dizer que por trás deste ataque está Bola de Neve e executa vários “supostos traidores”. Após alguns anos de liderança na granja, Napoleão já ocupava a casa do Sr. Jones, bebia álcool, vestia roupas e andava sobre duas pernas. Por isso a célebre passagem do final do livro, onde o autor deixa claro que já não era mais possível distinguir, quando reunidos à mesa, os porcos dos homens.

“Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros”.

“Doze vozes gritavam cheias de ódio e eram todas iguais. Não havia dúvida agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco”.

Minha Opinião:

Um dos melhores livros que li este ano. Eu sei que a caminhada é longa, mas fiquei encantada com a história. Escrito a mais de setenta anos e tão atual. Sua obra além de uma crítica bem feita, é também um alerta de como o poder pode corromper as pessoas (digo, aqui animais!)

Nota: 💓💓💓💓💓

Curiosidades:

A Revolução dos Bichos é até hoje muito aclamado pelos críticos, considerado um dos melhores romances ingleses de todos os tempos. A obra pode ser considerada uma metáfora para narrar a traição soviética, onde princípios iniciais teriam sido esquecidos no decorrer da Revolução.

O Animalismo é uma ideologia fictícia que satiriza o Stalinismo.

Foi feito uma animação do livro de Orwell em 1954, sendo inclusive indicada ao prêmio Bafta de melhor animação em 1956. Tem no youtube, legendado em português. Acesse: https://youtu.be/xyjaZBnNdw0

 Sobre o autor:



George Orwell é o pseudônimo de Eric Arthur Blair, que nasceu na Índia Britânica. Foi escritor, jornalista e ensaísta político. Sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem humorada, com uma consciência profunda das injustiças sociais. Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o entusiasmo do autor pelo socialismo democrático não foi abalado pela experiência do socialismo soviético, regime que Orwell denunciou em sua sátira “A Revolução dos Bichos”. Faleceu vítima de tuberculose na Inglaterra em 1950.





quarta-feira, 1 de março de 2017

Conto: Restos do Carnaval

Livro: Felicidade Clandestina

Autora: Clarice Lispector

Editora: Rocco

ISBN: 85-325-0817-0


Este conto de Clarice Lispector traz mais vez uma passagem da sua infância. É o desejo íntimo de uma garotinha de oito anos que quer curtir o Carnaval pelas ruas do Recife.

 "Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu”.

Sob uma ótica nostálgica, Clarice fala dessa atmosfera de festa dentro da sua perspectiva pessoal, do conflito de uma criança diante das manifestações de alegria, de tantas pessoas diferentes, do quanto se sente assustada e maravilhada ao mesmo tempo. Ela nunca havia participado de fato do carnaval, nem nunca tinha se fantasiado. Mas ganhava confetes e lança-perfume, o que a já deixava muito feliz. Ficava observando os foliões até tarde da noite pela escada do sobrado em que morava. Achei bem interessante o momento que ela escreve sobre as máscaras, que são um artifício para festas, mas que para ela, de certa forma, muitas pessoas usam máscaras o tempo todo, em seus próprios rostos.

“E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara”.

Nesta época em sua casa as maiores preocupações eram para a doença de sua mãe, portanto os adultos não se preocupavam com o seu carnaval de criança. Mesmo assim sua irmã enrolava seus cabelos lisos, porque a menina os queria que fossem frisados, nem que fosse apenas nos dias de carnaval. 

“Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice”.

Por sorte aquele carnaval foi diferente, quase milagroso. A mãe de uma amiga fez para ela uma fantasia de rosa com papel crepom. Nesta passagem do conto, fica explícita a felicidade de Clarice, que se sentiu “tonta”. Novamente o desejo de fantasiar-se, de sair da mesmice, de sentir-se especial.

“Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma” (...) Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa”.

Durante os preparativos sua mãe piorou e pediram-lhe para comprar remédios. Saiu correndo pela rua, vestida de rosa, sem batom e sem ruge. De certa forma essa “nudez” de pintura a deixou abalada e triste, como se tivesse morrido por dentro. Nessa hora, o carnaval não teve mais sentido. Sentia-se culpada em ficar alegre com a mãe adoentada.Ela não se considerava mais uma rosa, os seus encantos de fadas tinham desaparecido e o encantamento também. Após a agitação, sua irmã consegue enfim pintar o seu rosto,  e ela sai pelas ruas com sua amiguinha. Mas ela se sente como uma palhaça. O que traz sua alegria de novo é a abordagem de um garoto mais velho, que joga confete em seus cabelos.

“Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos, já lisos, de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa”.

É nítido que este conto traz uma carga emocional muito forte. Clarice expõe sua infância pobre, a difícil realidade familiar, a urgência pela felicidade, a necessidade de ser outra pessoa e também o sentimento de culpa em relação à doença da mãe. Há também um rito de passagem, onde o fantasiar-se e pintar o rosto é como se deixasse para trás a garotinha e nascesse então a mulher, a rosa. É o desabrochar da sua feminilidade. Mais uma vez com maestria, Clarice traz uma história sensível, onde não escreve e sim se escreve.